sexta-feira, 18 de outubro de 2013

LIVRO: MEMÓRIAS DE UM SUICIDA

Li em modo digital, portanto, o tamanho não assustou #ficadica para não se assustar

 Quando tinha 18 anos li e reli pela primeira vez O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde. Lembro que voltava do trabalho, de ônibus, e parava de ler...olhava para fora, pela janela molhada da chuva já passada e achava tudo muito estranho, os sons eram estranhos, as cores... nada era igual. Principalmente as pessoas, Eu!
Antes disso havia assistido ao filme (escondida de minha mãe) e lembro de que causou-me imenso impacto o enredo e por isso li o livro assim que o encontrei na biblioteca do SESC.
Dorian Gray e o retrato a fundo, no filme original, o qual assisti
Terminei de ler Memórias de um suicida, que conforme diz a escritora, Yvone Pereira, é psicografado de um escritor português cujo nome ela prefere não revelar. Não importa se é psicografado ou não. Assim como nunca imaginei que existisse um Dorian Gray, o efeito que tal obra exerceu sobre mim foi simplesmente avassalador!
Se o nascimento de Marina é um divisor de águas em minha vida, posso dizer o mesmo desse livro em minha relação com o mundo material, com o universo espiritual e com o meu corpo.
Quando religiosa aprendi que “o corpo é o templo do Espírito Santo”, sempre pensei dessa forma e procurei respeitá-lo. As “Memórias” me fizeram pensar em algo muito surreal, que não está no livro, nem em qualquer crença ou doutrina religiosa ou científica. Fez-me pensar que devo cuidar de meu corpo como se o estivesse guardando para outrem! Sei que ele há de virar pó e a alma deverá seguir viva. 
No decorrer da leitura, de uma forma muito especial, foi-se formando em mim um cuidado, um zelo tal por ser meu corpo-invólucro-do-espírito-que-Deus-me-deu. Até mesmo uma linda tatuagem, obra de arte feita por meu marido especialmente para celebrar a vida, que estava certa em aplicá-la em mim,  há algum tempo está parada em meu coração como a aguardar uma permissão.
Às vezes alguém pergunta porque gosto de ler e eu não consigo responder.
Porque não consigo conceber a vida sem a literatura e qualquer outra arte. 
Por isso.

3 comentários:

Paulo Caldas disse...

penso que quando nascemos deus nos dá uma criança para tomarmos conta. e essa criança não é nada mais que nós mesmos. quando vejo uma pessoa mal tratada, machucada, violada eu pergunto: o que vc fez a vc? não se maltrate...
excelente esse texto, para fazer que se pense sobre isso!!!

Patrícia Santos Gomes disse...

Obrigada, Paulo!

sheR disse...

Eu vou procurar esse livro.. Tenho quie ler, pra entender o que vc diz..