quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Alegria fugaz / Consumismo / Chame como queira = FUI!

Carinho na bola de vidro e gorro pedido pela escola para a apresentação de fim de ano (2011)

Em 2010 inauguramos nosso ninho, nossa primeira morada. Minha princesinha tinha então 2 anos e não deu muita importância à decoração de Natal, embora tenha perguntado porque não havia “nada” na nossa porta. Peguei então uma estrela de palha com a qual havia decorado minha sala de trabalho num Natal anterior e pendurei ali. Pronto. Foi tudo. Família feliz de propaganda de margarina.

2011 = 3 anos e 2 meses de idade e milhares de perguntas. A cada andar que subíamos (moramos no terceiro, então pensa no drama) todas as portas com penduricalhos em verde, vermelho e dourado, tudo mega-brega para nós, Paulo e eu. Tudo mega-encantador para Marina. As casas dos familiares decoradas igualmente. Minha estrelinha de palha do ano anterior sem nenhum brilho era nada, era um grão de areia no meio do oceano. TODO dia as mesmas perguntas, os mesmos comentários admirados e quando chegávamos à nossa porta “A zente não tem. Nada. Puquê?” “Porque não somos bregas, meu amor”. Não uso brega no sentido pejorativo, não no sentido de ser coisa de mau gosto, mas de estilo mesmo. Natal é brega, por estilo.

Enfim, muito a contragosto e porque para o Comércio o Natal começa assim que termina o Dia das Crianças nós já havíamos resistido demais e sabíamos que a decoração somente se desfaria no Dia de Reis, conforme a tradição. Ou seja, entraria de janeiro a fora. Aproveitamos um cochilo de Marina na cadeira do carro, paramos numa loja, desci e comprei uns badulaques. Como chegou em casa ainda dormindo, corri para aprontar tudo para quando acordasse, o que não demoraria.
As bolinhas foram compradas e colocadas pelo papai no dia seguinte ohhhhh


A carinha dela quando viu o papai Noel sentado sobre nosso rack

Papai Noel com guizos pendurado por um laço maluco que eu até hoje não sei como se sustentou.

OWN! Tudo não lindo, tão fofo, neh? NAUMMMMMM
Nada disso! A carinha linda dela de surpresa aparece quando chego em casa 5 minutos mais cedo, quando vou buscá-la na escola, quando vai dormir na casa da avó, quando desenhamos com a comida dela. Está vendo a tinta verde no braço (primeira foto)? Ela segurou o pincel e o tubo de tinta com o mesmo carinho devotado à mágica bolinha de vidro. Pose com Papai Noel da porta? Pura vaidade, nada de carinho, apego, nada, nada, nada de magia natalina!
As fotos foram feitas no mesmo dia e ainda havia outras, que descartei. No dia seguinte passava para lá e para cá e sequer via aquela breguice espalhada pela casa, mas no dia em que tirei voltaram os protestos. Eu é que tive que conviver PELA ÚLTIMA VEZ NA VIDA com a decoração natalina, pois jurei que nunca mais faremos isso. 
Poxa, a caverna também é minha, e não quero voltar de um dia trabalho para descansar num local onde não me sinto bem, desde a porta!
Estamos em agosto. Por que estou falando nisso agora? Porque não tive tempo de postar antes e encontrei essas fotos numa pasta do computador, então não quis deixar de registrar minha opinião e meus sentimentos sobre o ocorrido.
Como será em 2012? Veremos!



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